Secretaria Municipal de Cultura divulga nota oficial sobre a invasão da Galeria Formosa
A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) foi surpreendida com a invasão da Galeria Formosa, antiga Escola Municipal de Bailado, situada nos baixos do Viaduto do Chá, na noite do dia 02 de maio. O espaço está desde então ocupado por um pequeno grupo que, em carta endereçada à SMC, afirma que a invasão se justificaria pelo espaço estar ocioso, o que é totalmente falso.
O espaço da Galeria Formosa está em plena utilização pela Secretaria de Municipal de Cultura. Até dezembro de 2013, sediava a Escola Municipal de Bailado, que foi transferida para a Praça das Artes e rebatizada como Escola Municipal de Dança, unindo-se ao complexo de formação artística da Fundação Theatro Municipal e contando hoje com 800 alunos regulares. De janeiro a abril deste ano, o prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico, passou por algumas reformas, benfeitorias, limpeza e desinsetização, para ser preservado e utilizado em ações temporárias e permanentes voltadas à dança. A programação da Galeria foi, desde então, interrompida, assim como a circulação de pessoas em seus ambientes, já que os invasores fecharam a entrada para o público.
Dessa forma, a invasão da antiga Escola de Bailado é totalmente ilegítima e ilegal. Ilegítima, pois se sustenta nas premissas equivocadas de ociosidade do espaço e de falta de diálogo com o poder público – ressalte-se que nunca houve pedido formal à SMC para utilização do espaço para atividades culturais pelos invasores. Ilegal, pois pleiteia a permanência habitacional no espaço e a sua gestão privada, sem qualquer tipo de seleção ou processo públicos, de um equipamento de responsabilidade da Prefeitura. A ocupação configura apropriação de um equipamento público, em plena utilização, por alguns poucos indivíduos que, em hipótese alguma, representam a totalidade dos grupos, coletivos, segmentos e interesses culturais da cidade.
Ainda assim, apoiando-se no fundamento do constante diálogo, a Secretaria Municipal de Cultura não lançou mão de qualquer instrumento de repressão contra os invasores, pelo contrário, recebeu-os prontamente. Depois de três reuniões, as lideranças do movimento não apresentaram proposta alguma. Pelo contrário, divulgaram uma petição virtual que reivindica a “desapropriação” (sic) do equipamento público, e se negam a sair do espaço.
Com base nesses esclarecimentos, e com a certeza de trabalhar por uma política cultural baseada no diálogo e na participação de todos os segmentos e linguagens da cultura de São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura reitera o caráter ilegítimo e ilegal da ocupação da antiga Escola de Bailado e a falta de responsabilidade pública dos invasores.
Dessa maneira, para prosseguir no desenvolvimento de sua política de ampliação da cidadania cultural na cidade de São Paulo, por responsabilidade administrativa e respeito ao patrimônio público, a Secretaria Municipal exige que a antiga Escola de Bailado seja imediatamente desocupada e informa que está tomando as medidas legais necessárias para a retomada do espaço.
Secretaria Municipal de Cultura
O espaço da Galeria Formosa está em plena utilização pela Secretaria de Municipal de Cultura. Até dezembro de 2013, sediava a Escola Municipal de Bailado, que foi transferida para a Praça das Artes e rebatizada como Escola Municipal de Dança, unindo-se ao complexo de formação artística da Fundação Theatro Municipal e contando hoje com 800 alunos regulares. De janeiro a abril deste ano, o prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico, passou por algumas reformas, benfeitorias, limpeza e desinsetização, para ser preservado e utilizado em ações temporárias e permanentes voltadas à dança. A programação da Galeria foi, desde então, interrompida, assim como a circulação de pessoas em seus ambientes, já que os invasores fecharam a entrada para o público.
Dessa forma, a invasão da antiga Escola de Bailado é totalmente ilegítima e ilegal. Ilegítima, pois se sustenta nas premissas equivocadas de ociosidade do espaço e de falta de diálogo com o poder público – ressalte-se que nunca houve pedido formal à SMC para utilização do espaço para atividades culturais pelos invasores. Ilegal, pois pleiteia a permanência habitacional no espaço e a sua gestão privada, sem qualquer tipo de seleção ou processo públicos, de um equipamento de responsabilidade da Prefeitura. A ocupação configura apropriação de um equipamento público, em plena utilização, por alguns poucos indivíduos que, em hipótese alguma, representam a totalidade dos grupos, coletivos, segmentos e interesses culturais da cidade.
Ainda assim, apoiando-se no fundamento do constante diálogo, a Secretaria Municipal de Cultura não lançou mão de qualquer instrumento de repressão contra os invasores, pelo contrário, recebeu-os prontamente. Depois de três reuniões, as lideranças do movimento não apresentaram proposta alguma. Pelo contrário, divulgaram uma petição virtual que reivindica a “desapropriação” (sic) do equipamento público, e se negam a sair do espaço.
Com base nesses esclarecimentos, e com a certeza de trabalhar por uma política cultural baseada no diálogo e na participação de todos os segmentos e linguagens da cultura de São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura reitera o caráter ilegítimo e ilegal da ocupação da antiga Escola de Bailado e a falta de responsabilidade pública dos invasores.
Dessa maneira, para prosseguir no desenvolvimento de sua política de ampliação da cidadania cultural na cidade de São Paulo, por responsabilidade administrativa e respeito ao patrimônio público, a Secretaria Municipal exige que a antiga Escola de Bailado seja imediatamente desocupada e informa que está tomando as medidas legais necessárias para a retomada do espaço.
Secretaria Municipal de Cultura
Devolutiva Pública | Comissão XV Edital de Fomento à Dança
A comissão de seleção do XV Edital de Fomento à Dança, dando continuidade ao processo de Devolutiva Pública das ações avaliativas, compartilha com os artistas e núcleos artísticos inscritos os procedimentos e ponderações sobre questões relativas ao contexto deste edital e à configuração do Fomento no cenário da dança de São Paulo. Trata-se das diretrizes e reflexões que nortearam os trabalhos desta comissão ao longo do processo de apreciação dos 54 projetos inscritos.
Com exceção da artista Mariana
Muniz , que fez sua estreia nesta formação, a comissão foi
composta por profissionais que já haviam participado de outras comissões:
Marisa Lambert – 2ª, 6ª, 7ª, 10ª; Ana Francisca Ponzio - 2ª, 10ª, 11ª, 13ª; Amaury Cacciacarro Filho - 10ª, 11ª; Alexandra
Itacarambi, 7ª; Ana Cristina Teixeira, 12ª; e Elaine
Calux , que acompanhou os trabalhos das comissões de 2009 a 2012, período em que
coordenou o programa junto à SMC.
De forma inédita, as 54 propostas inscritas para avaliação
estavam habilitadas, de acordo com os critérios formais – estabelecidos pela
Lei e Edital – e conceituais do Fomento, sendo que 33 haviam sido contemplados
ao menos uma vez, 13 participado anteriormente sem ter ganhado e oito
concorriam pela primeira vez como proponentes artísticos.
Os trabalhos da equipe de seleção dos projetos tiveram início
com uma discussão sobre a complexidade do processo de análise, tendo em vista a
tônica constante de grupos /artistas de longa trajetória concorrendo com
artistas mais jovens e o número elevado de núcleos participantes nesta edição,
além da alta qualidade das propostas, questões recorrentes nas discussões de
bancas, conforme pode ser constatado em devolutivas anteriores.
Numa primeira leitura de todos os projetos, surgiu um
conjunto potente com proposições que mostraram, em certa medida:
- Estruturações
pertinentes dos projetos;
- Coerência na
pesquisa de continuidade (relação com o fazer do núcleo artístico);
- Ideias sobre
o desenvolvimento das ações colocadas apropriadamente;
Principais
dificuldades encontradas por esta comissão:
– Como
contemplar artistas de trajetória mais consolidada e jovens artistas, que
também estão produzindo? Como abordar diferentes experiências ou vivências artísticas?
– Será que o Fomento pode ser considerado como um
edital para formação de artistas? Como
situar esses projetos? com que recorte o fomento deve trabalhar?
– Artistas que trabalham em rede
através de plataformas digitais, tecnologias e mídias alternativas – Será que
estamos ou somos aparelhados para avaliar esse modo de organização artística –
a “dança e as novas mídias”? Quais os critérios atuais para avaliar a arte da
dança no corpo e o corpo em suas intersecções?
No conjunto dos projetos, as propostas lançadas pelos
núcleos estavam voltadas a:
·
Trabalhos
direcionados à dança para crianças;
·
Trabalhos de
matriz popular;
·
Solos;
·
Trabalhos com
propostas de deslocamento do público para fora das salas de espetáculo;
· Projetos com foco
em arte-educação (questões sobre o aspecto artístico e a dimensão pedagógica);
·
Projetos com foco
no intercâmbio de linguagens – na maioria a dança é que se contamina de outras
áreas, mas também há propostas de outras linguagens que incorporam a dança – partem
da música, do circo, das artes plásticas para a dança;
·
Grupo de
residência e de formação. Há muitos artistas que são formadores em potencial e
acabam sendo responsáveis por vários outros grupos e novos projetos;
·
Projetos aparentemente mais voltados a trabalhos acadêmicos.
Questões
levantadas durante o processo de seleção:
Questões já problematizadas em outras comissões, como
por exemplo: como entender o que vem a ser trajetória consolidada, Pesquisa em
dança, Pesquisa continuada, Núcleo Artístico? Sendo o Fomento a única possibilidade
de trabalho dos Núcleos, via município, como o Programa pode dar conta da
demanda atual? Que outros precisam ser criados Que outras estratégias devemos
desenvolver?
Que tipos de trabalhos e propostas, de fato, o Fomento
consegue acolher?
Como entender as habilidades e competências de um
profissional em dança hoje? E formação de diretor, propositor, consultor,
coreógrafo, produtor, formador, escritor, crítico, performer, e assim por
diante? Aqui, uma questão de fronteiras e maleabilidades – o que ainda se
define como próprio da dança?
Como o programa participa do cenário no mercado de
trabalho?
Ponderações
fundamentais:
– Coerência entre projeto e orçamento.
– A relação entre trajetória de pesquisa continuada e
proposta artística para o projeto inscrito.
– A importância da continuidade para grupos que já
possuem um trabalho consistentemente construído, uma maturidade artística
reconhecida. Tal ponderação lança a questão sobre a criação de mecanismos,
dentro do próprio fomento ou não, para que tais artistas possam trabalhar sem
imediatismos, com perspectivas de, pelo menos, médio prazo, para que não se
tornem reféns permanentes dos editais. Contratos renováveis de três a
cinco anos com a contrapartida tão somente de criação/produção? Seria talvez um
começo, inserido em um processo permanentemente em avaliação.
- A
constatação de que há muito mais merecimento que recurso.
Observações
estruturais neste XV Edital:
- Apesar de surgirem
conexões difusas entre processos e produções cênicas na apresentação das
contrapartidas de alguns dos projetos analisados, de um modo geral, estas foram
inseridas de forma conectada com o objetivo central, indicando uma organicidade
entre o pensar e o fazer.
- Como procedimento de análise de conteúdo, a comissão
baseou-se principalmente na contribuição à pesquisa e à reflexão sobre significados, sentimentos, ideias, qualidades, motivações e expectativas
engendradas por cada proposta.
- É importante ressaltar que, ao elencar os pressupostos norteadores nas
proposições, a apreciação teórica nunca esteve desprendida da tentativa de entendimento dos conteúdos, da
identificação das ações e dos recursos expressivos, da história e
contextualização do núcleo artístico
dentro do fazer dança e da questão da construção estética a partir da pesquisa
de linguagem.
- Dentro desta perspectiva, inclusive, vale ressaltar
que os DVDs foram um detalhe importante nesta edição, por
apresentarem uma qualidade superior em relação às edições anteriores. Serviram,
em boa parte dos casos, como aliados na elucidação dos projetos.
Ficou, portanto, evidenciado nesta edição o que se anunciava
já há algum tempo por seguidas comissões:
·
Edição
após edição há um crescimento, não apenas do número de concorrentes, como
também da qualidade intrínseca em cada projeto.
·
Os
instrumentos dispostos de avaliação não são suficientes para auxiliar a
comissão na base dos trabalhos. Para ilustrar o esforço coletivo empenhado
nessa complexa incumbência, após dois dias de trabalhos, com discussões e
problematizações minuciosas sobre os conteúdos em prol dos projetos,
conseguiu-se destacar 32 projetos de núcleos artísticos para destes, selecionar
apenas 14. Ao todo foram realizadas seis reuniões, cada uma com cerca de quatro
horas de trabalho, para se chegar ao resultado.
·
Irrefutável
também que os 11 pontos norteadores elencados pela classe da dança no documento
elaborado em 2011, dentro da atual realidade pouco acrescentam ou contribuem.
Considerou-se, em diferentes momentos do percurso de seleção
deste edital, a possibilidade de vê-lo como um divisor de águas, momento
bastante oportuno para se discutir criticamente o papel da comissão na
avaliação e levantar possibilidades de outras ferramentas para
instrumentalizá-la nos procedimentos de análise.
Quais poderiam ser estas outras ferramentas? Outras
possibilidades de se fazer a seleção do fomento?
Seria possível a comissão trabalhar em outra dinâmica, uma
vez esgotadas as possibilidades de avaliação e escolha dos projetos dentro de
um universo tão amplo como o apresentado?
Propostas:
– entrevista com os núcleos artísticos proponentes, para que
cada um possa explanar ainda mais a proposta, os objetivos, em que ponto o
projeto artístico tange o fazer de determinado grupo/artista;
– Divisão da seleção por etapas, incluindo-se uma audiência
pública.
O impacto da
percepção consciente de que o formato da Lei/Edital de Fomento não consegue
atender plenamente as demandas de produção, circulação e manutenção dos
artistas da dança contemporânea evidencia o atual momento como propício para se
discutir necessidades,
estabelecer prioridades e buscar novas configurações que possam abranger a
pluralidade que constitui a dança e contribuir com a contínua revisão e
aprimoramento do programa.
Alexandra Itacarambi
Ana Cristina Teixeira
Ana Francisca Ponzio
Marisa Lambert